quinta-feira, 23 de junho de 2011

Viajando a Paris (Parte 1)

Outro dia, realizei uma "viagem no tempo virtual", e fui para o ano de 1811, cem anos no passado. Hoje, vou realizar uma viagem no espaço, e vou "conhecer" Paris, capital da França...

Primeiramente, temos que viajar de avião até a França, e desembarcar no Aeroporto Charles de Gaulle:


Sairemos do Aeroporto pela Route des Baudauds, em direção oeste. Observo o estacionamento à minha esquerda (na foto acima), mas ainda não tive a sensação de estar na França...Um pouco mais à frente, chego a um viaduto, a outro, e vejo uma placa, indicando que a a rodovia A1 me levará a Paris...voilá! Estou na França!!!! Agora, vou em direção à Avenue Charles de Gaulle:


Essa foto foi tirada logo no início da Avenue Charles de Gaulle. A rua que você vê à esquerda é a Aillée du Verger. A gente dá uma voltinha (há uma "ilha") e segue em frente. Interessante: apesar de estar na capital do país, a sensação que tenho, ainda, é a de estar numa cidadezinha do interior. Olhe a foto abaixo. Não parece uma cidadezinha menor? Mas é o início da Avenue Charles de Gaulle. Vamos adiante:


Vejo o Restaurant Japonais Oishii (direita), a Chemin de Montmorency (rua, à direita), o Bar Le Grill (esquerda), e percebo que há algo estranho...estou na contramão!!!! Entro por uma viela, para sair em outra rua. É a Rue Claude des Mesmes (foto abaixo), que desemboca na Rue Chalot:


Ambas são ruas com calçamento de pedra, que dão um ar pitoresco ao local. As casas têm aparência de antigas, mas os carros, parados em frente, são bem modernos. Ando mais um pouco e saio na Rue Houdart, que segue na direção que procuro (oeste). Passo pelo Petit Casino, uma espécie de mercearia, que expões frutas na frente da loja, em frente ao Moonsushi, e perto da Rue Dorval. Paro na esquina e observo:


À esquerda, fica a Rue Dorval. Em frente, segue a Rue Houdart, em direção ao centro, e à direita, é a Rue Jean Moulin. As construções são tipicamente francesas...sigo em frente...vejo uma "pharmacie" (direita) e vários casarões antigos...a sensação de estar numa cidade do interior permanece...agora, chego a um cruzamento: a Rue Houdart se encontra com a Charles de Gaulle...ótimo!


Na foto abaixo, a Charles de Gaulle é a da esquerda, e eu vou seguir em direição à direita. A "eglise" ("igreja") que você vê ao fundo é a Roissy en France (um dos pilares dessa igreja é de 1574):


Estou novamente na Charles de Gaulle, que agora é que se torna avenue. Até então, era rue...E, repentinamente, vira rue novamnete...que confusão! Mas, sigo em frente, e vendo que Paris não é muito diferente, pelo menos até aqui, do que eu conheço no Brasil. Vejo algo com o nome Volvo, e logo em seguida saio numa área de plantações...pelo que entendi, Roissy en France é uma espécie de subúrbio ou algo assim, a leste de Paris...


Como você vê, é um trecho sem construções, apenas campos arados e plantações. Calculo que deve ter uns 2,5 Km. Finalmente, vejo algo: é o Grill du Relais (um restaurante), à direita. Agora, viro à esquerda, para seguir para Paris. Sigo a Route de Flandres, passo pelo Hotel Ibis Gonesse (esquerda), e mais à frente viro à direita, para sair na Route Départementale. Sigo em frente, até a rotatória, e saio na Rue Nungesser et Coli, viro à direita na Rue Berthelot e sigo até a Rue de Paris:


É nessa rua que fica o Hôtel de Ville e o Pigeonnier:


O Hôtel é, na verdade, a Câmara Municipal de Gonesse, nome dessa região onde estou. Não é um hotel para se hospedar...


E o Pigeonnier é, na verdade, um pombal, local destinado à moradia das pombas (pigeons). Eles eram construídos para que se "prendessem" as pombas na época de semeadura, e também para recolher o esterco delas...

Vou parar nossa "viagem" por aqui. Num outro post, continuamos, ok?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Que Significa "Cativar"?



E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? Perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa, disse o principezinho.
- Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer “cativar”?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos d uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
...Mas a raposa voltou a sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
E a raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! Disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mau-entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...É preciso ritos...
... Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! Disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais a minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste a ninguém. Sois como era minha raposa. Era uma igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Agora ela é única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é porém mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob uma redoma. Foi a ela que eu abriguei com o paravento. Foi dela que eu matei as larvas ( exceto duas ou três borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
-Foi o tempo que perdeste com a tua rosa que fez tua rosa tão importante.
-Foi o tempo que perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não deve esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.

Sinto-me responsável por todos aqueles que eu cativei, ou que me cativaram. Isso é fácil? Não. Por vezes deixo de cuidar bem de cada um, com carinho e atenção que merecem. Mas cada amigo é para mim algo inestimável. É a grande oportunidade de aprender e de crescer como pessoa.Há pessoas que são um equívoco, que talvez eu não soubesse cativar, ou que talvez eu reconhecesse nelas as minhas fraquezas e defeitos, e sendo assim eu descartei, deixei de lado de uma vez. Outras o tempo e espaço separaram, mas são como o trigo para mim, uma simples recordação me remete aos bons momentos juntos.Eu amo todos que me cercam. Gostaria que todos soubessem, caso eu não tenha dito. As palavras, às vezes ficam travadas em nossa garganta, simplesmente não saem. Mas quando me encontrar, saiba que é com um grande abraço que retribuirei tua amizade.


Fonte: http://colardelivrespensamentos.blogspot.com/2006/09/o-pequeno-prncipe-e-raposa.html